A árvore não é nada sem o vento, / nem sei ao certo se ela existe / se o vento não lhe imprime o movimento. / A árvore só existe ao mesmo tempo / imagem, poema, foto, documento, / além de seu tronco, suas raízes, seu alento, // sustentando-se em si mesma, na seiva, / na madeira que o fogo queima, e o vento / teima em quebrar em noite de tempestade. // A árvore se transforma no vento, / ou no olhar de quem a inventa. // A árvore acontece quando se move / no vento, ou no pensamento, // como o poema quando nos comove.